terça-feira, 18 de outubro de 2011

Câmbio automático vale a pena?

Confira a resposta e uma série de dicas dadas por especialistas


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Prático, confortável e suave, o sistema de transmissão automática vem sendo cada vez mais procurado pelo consumidor brasileiro. E não é apenas no mercado de modelos zero quilômetro que isso ocorre. Por causa do preço convidativo, muita gente tem procurado seminovos que ofereçam o equipamento. Nesse caso, o problema é saber escolher o carro certo para evitar dores de cabeça e prejuízos.
“A consolidação do carro automático é relativamente nova no Brasil. Por causa disso, ainda não temos a cultura dos mercados europeu e norte-americano, muito mais acostumados a essa tecnologia. Por não conhecer muito bem esse tipo de câmbio, o consumidor pode acabar levando para casa um modelo cheio de problemas”, comenta Guilherme Santilli, proprietário da oficina Câmbio Técnico.

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Para ele, essa falta de conhecimento sobre o assunto é o que mais pode mascarar os problemas da transmissão do modelo que está sendo avaliado pelo interessado. Santilli lembra daquela boa e velha dica, de que é melhor levar um mecânico de confiança para avaliar o veículo em questão. “Quando isso não é possível, existem alguns pontos básicos importantes que o próprio leigo pode observar.”
O primeiro deles é a existência de vazamentos. Gotas de óleo avermelhado no piso, onde está estacionado o modelo, podem indicar graves problemas, até porque o câmbio automático é muito mais sensível à falta de fluido. Além disso, não há como saber se o modelo rodou muitos quilômetros com o nível de óleo abaixo do recomendado, o que pode estragar bastante seus componentes.
“Mas aqui vai outro alerta: muitas vezes o protetor de cárter oculta o vazamento, ou acaba desviando o curso do fluido perdido, fazendo algumas pessoas pensarem que se trata de vazamento de óleo do motor, por exemplo”, esclarece Santilli. Outra dica importante é verificar não apenas o nível do lubrificante da transmissão, mas também sua cor e seu odor. O especialista lembra que a tonalidade marrom e o cheiro de queimado indicam sérios problemas.
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Se o modelo que está sendo avaliado pelo potencial comprador passou nesse teste, chega a hora de dirigir o modelo. Ao acionar o motor, atenção ao painel: se a luz que indica anomalias na transmissão estiver acesa, melhor procurar outro modelo. “O problema é que ainda existem donos de carros que pedem a ‘profissionais’ de oficinas que desliguem a luz que indica a existência de avarias no sistema. O ideal mesmo é guiar o modelo para identificar algum tipo de defeito”, recomenda Carlos Napolitano, diretor técnico da Brasil Automático, empresa especializada em treinamento de reparadores independentes que já lançou e/ou produziu mais de 70 manuais técnicos, em português, sobre o assunto.
Além disso, o diretor dá outra dica importante: é fundamental dirigir o carro com o motor e o câmbio quentes, o que ocorre depois de 25 quilômetros rodados. “Verdade que nem sempre é possível conseguir rodar tanto com um veículo que se quer comprar, mas o interessado pode pedir ao dono do modelo, ou da loja, que rode essa quilometragem para que, na sequência, ele faça seu test drive.”

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Napolitano explica que só assim é possível detectar certos inconvenientes que podem não aparecer quando a transmissão está fria. “Quando está quente, a densidade do óleo muda e isso aumenta um possível vazamento. Dependendo da gravidade dessa perda de lubrificante, o condutor pode perceber trancos em trocas de marchas ou mesmo patinação. Importante também testar teclas que acionam o overdrive, a opção de condução esportiva e a de condução em pisos escorregadios”, explica o diretor.
“Ficar atento é preciso porque o custo de reparo de um modelo automático é alto. Por isso é fundamental escolher bem”, recomenda o Guilherme Santilli. De acordo com o especialista, a média de custo para consertar o sistema de um modelo moderno fica entre R$ 3,5 mil e R$ 4 mil, mas o valor final pode ficar bem mais “salgado” por conta de problemas graves ou mesmo do grau de sofisticação da transmissão. Portanto, multiplique o cuidado antes de escolher um usado com esse bem-vindo item de conforto. 

Fonte: Auto Esporte: http://revistaautoesporte.globo.com/Revista/Autoesporte/0,,EMI131878-17042,00.html

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